Hoje em dia, tanto a política nacional como a política internacional estão agrupadas em duas vertentes: Direita e Esquerda. Por um lado, a Direita procura assegurar a ordem social, sendo o Estado mais democrático. Por outro lado, a Esquerda procura combater as desigualdades sociais. Muito se fala atualmente na divisão da política entre Esquerda e Direita, mas será que esta continua a ser a realidade no desenvolvimento da política? É certo que existem variadas ideologias políticas: umas que vão ao seu extremo, outras que não passam de uma mistura de outras, sendo que, pelo menos, a maior parte, provém do desenvolvimento de uma ideologia-base. Podemos demonstrar aqui as várias ideologias já existentes: o Comunismo, a Social-Democracia, o Socialismo, o Liberalismo, os Democratas-Cristãos, os Conservadores, Extremismo, entre outras. A questão que se coloca de momento é: será a Direita e a Esquerda um conceito atual? Penso que esta divisão já deixou de existir, isto é, tornou-se sobejamente desatualizada e ficou para trás no desenvolvimento da filosofia política. Hoje em dia, os partidos políticos estão entrosados com a sua ideologia, embora nos deparemos com diferentes ideias. Ao longo dos tempos, tivemos a caracterização e o respetivo domínio de diversas ideias políticas. O Socialismo, por exemplo, é baseado na distribuição de riquezas e de propriedade de uma forma igualitária, diminuindo de uma forma substancial a distância entre o rico e o pobre. A sua base é a igualdade, isto é, promove a diminuição de desigualdades sociais. Este sistema é devidamente caracterizado pela intervenção do Estado, isto é, o Estado opta por controlar a atividade econômica e social de um país, intervindo e regulando os mercados. O objetivo é promover e garantir a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, a distribuição equilibrada de rendas (isto é, tudo o que a sociedade produz deve ser distribuído de igual forma pela sociedade, sendo que, deverá ser controlado pelo Estado), a socialização dos meios de produção (isto é, as empresas tornam-se propriedade do Estado, ou seja, a estrutura produtiva é administrada e orientada pelo Estado), a planificação da economia (isto é, a produção de bens e serviços passa a ser controlada pelo Estado, o que significa que a economia de um país passa para as mãos do seu Estado) e, por fim, a sobreposição do interesse geral ao interesse individual (isto é, os interesses e as necessidade da sociedade são o objetivo primordial do Estado). Por outro lado, o Liberalismo funciona de uma forma muito aberta e tolerante, de forma a permitir uma liberdade cívica, económica e de consciência por parte dos cidadãos. Podemos dividir esta doutrina em três vertentes: o Liberalismo Económico, o Liberalismo Político e o Liberalismo Social. O Liberalismo Económico defende a liberdade da economia sem intervenção por parte do Estado no processo produtivo. A livre concorrência seria benéfica para a sociedade, desde que cumprissem as questões de ética e moral. Hoje em dia, este tipo de liberalismo é mais utilizado nas sociedades mais capitalistas. Os liberais defendem a primazia do indivíduo. Por individualismo podemos entender como sendo uma forma de entendimento da sociedade que prima por uma importância demasiada do indivíduo em detrimento do corpo coletivo, ou social. Sendo assim, o indivíduo estaria no centro de toda teoria sociopolítica ou explicação dos fenômenos sociais. O Estado Liberal, ao passo que trouxe instrumental ideológico e jurídico para garantia da liberdade individual frente ao então poder totalitário do Estado Absolutista, acabou por demonstrar problemáticas e controvérsias antes não imaginadas por seus ideólogos. O pensamento liberal, como todas as formulações ideológicas, não se desenvolveu abstratamente em um vazio histórico. O temo “liberal” começou a ser utilizado desde o século XIV. No entanto, os primórdios do liberalismo enquanto corrente de pensamento estruturada advêm das revoluções inglesas do século XVII, tendo-se expandido pelo continente europeu, principalmente a partir da revolução francesa no final do século XVIII. Primeiramente, um dos conceitos-chave para se compreender o Liberalismo é o de "indivíduo". Foi no Liberalismo que se criou aquilo que é hoje conhecido como o "Estado Social", criando certos serviços nomeados como essenciais tais como a Educação, a Saúde e a Justiça. Os liberais tradicionais valorizam o individualismo, a liberdade, a igualdade de direitos, a limitação de poderes do governo, a economia de mercado, a igualdade de oportunidades e o bem comum. O liberalismo não é considerado nem de Direita nem de Esquerda pelas suas características, bebendo de ideologias consideradas de Direita e de Esquerda. A Social-Democracia tem origem na ideologia marxista, tendo como grande ideólogo Eduard Bernstein, sendo que a mesma reconhece as limitações da análise marxista às sociedades marxistas. A nível económico, os sociais-democratas encontram-se nos princípios de John Maynard Keynes. Um dos fundamentos seria aumentar os salários de forma a aumentar o investimento da sociedade, aumentando, assim, os lucros das empresas. Num contexto governado pela Social-Democracia, as políticas tendem a ser mais universais, garantindo o bem-estar social, a qualidade de vida e a promoção de igualdade. Desta forma, a mesma cria políticas sociais, de forma a assegurar a Educação, a Saúde e a Justiça e a regular a economia. Segundo os sociais-democratas, é fundamental prevenir resultados desiguais, criando vários benefícios sociais. Para além de serviços públicos universalistas, os sociais-democratas dão prioridade ao pleno emprego. Num modo geral, a Social-Democracia costuma ser a ideologia que faz reformas, ou seja, uma ideologia reformista. Por sua vez, o Comunismo tem por objetivo estabelecer uma sociedade igualitária, não existindo propriedade privada e, consequentemente, existindo uma sociedade sem classes. Para além da abolição da propriedade privada, o comunismo defende a coletivização dos meios de produção e da própria produção, a promoção do fim da luta de classes e, por conseguinte, o fim da sociedade de classes e a extinção do Estado, sendo este autorregulado. A Democracia Cristã nasce em resposta à Democracia Socialista. Na época do surgimento desta ideologia, houve uma tentativa de que a Igreja se modernizasse e acompanha-se as mudanças de pensamento da sociedade. Teve o seu surgimento em 1895, dando uma vertente mais social e um caráter mais prático à religião. Surgiu na sequência da Revolução Industrial, num ambiente em que surgiu o socialismo, numa altura em que, para além de se contestar a burguesia, colocava-se em causa a hegemonia da Igreja junto da sociedade civil. A mesma ideologia visa a criação de um corporativismo católico, baseando as suas intervenções na justiça social. Inicialmente, esta ideologia era dominada pela pequena burguesia e chefiada pela aristocracia clerical. Atualmente, esta ideologia é mais associada ao conservadorismo, à moderação e, sobretudo, à tradição. Os democratas cristãos refletem sobre os direitos humanos, a defesa da propriedade privada, da livre iniciativa e da competitividade de mercado. Defendem o direito inegável para com a vida, a família como peça fundamental numa sociedade evoluída, um Estado forte em matérias como a justiça, a segurança e a educação. Defendem uma economia social de mercado e são europeístas. Por fim, os conservadores defendem a manutenção das instituições tradicionais como a família, a religião, as tradições sociais, entre outros. Defendem a estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer tipo de reforma e a uma brusca inovação no sistema social como o progresso ou qualquer mudança radical que possa alterar o sistema de uma sociedade. No seu surgimento a partir de 1789, esta ideologia era considerada anti modernas, antirrepublicana e antiliberal. É uma reação política relativamente à modernidade. Com a evolução dos tempos, os conservadores tornaram-se defensores do presente democrático contra as ideologias extremistas como o Fascismo ou Comunismo. O conservadorismo recusa os pensamentos utópicos.
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