O “Expressionismo” começou a ser usado em 1911 no meio artístico francês, passando, mais tarde, a ser usado pelos pintores alemães. O principal objetivo deste movimento era criar uma espécie de nova realidade que dá mais enfâse ao irracional e ao instinto humano. Esta corrente surge no século XX como uma nova forma de fazer arte, abrangendo a pintura, o cinema, a literatura, o teatro, entre outras vertentes. Com a transformação tecnológica daquela época, principalmente a transformação industrial, surgiu uma maneira diferente de se estar na vida e, por conseguinte, o modo como se fazia a cultura também mudou. Com o advento da Primeira Guerra Mundial e a destruição completa da Europa (bem como o estado de sofrimento passado durante e do pós-guerra), os pintores daquela época aplicaram os sentidos e as sensações e criaram as suas obras-primas. Os principais pintores daquela época foram Vincent van Gogh, Edvard Munch, Vassili Kandinsky, Otto Dix, Paul Klee e Emil Nolde. Entre outros nomes menos sonantes, temos Ernst Barlach, Amadeo Modigliani, Oswaldo Goeldi, Die Bruke, Anita Malffaldi, Oskar Kokoschka, Franz Marc, Schmidt-Rottluff, etc. Um dos objetivos do Expressionismo era, segundo Barros (in "De Firedich a Nosferato; Aspetos Românticos na Arte Moderna Alemã" (2009)), "modernizar a cultura alemã, realizando uma grande transformação nas tradições sociais, bem como das suas visões". Esta corrente tem várias vertentes que vão desde o francês ao alemão, passando também pela vertente norueguesa (através de Edvard Munch). Um dos principais objetivos é criar um movimento contrário ao impressionismo. Ambos os movimentos apresentam características idênticas, como por exemplo, o facto de, para Pessanha (s.d), "serem movimentos de índole realista, mas um deles dedica-se mais na vertente do conhecimento enquanto outro apresenta-se mais como uma vertente de ação". O expressionismo também chegou ao cinema, uma arte que, naquela altura, estava ainda em desenvolvimento. Os cineastas daquela época utilizaram as pinturas dos seus conterrâneos para realizar os seus trabalhos ( Murari & Pinheiro, 2012). No cinema, bem como na pintura, transformaram o sofrimento e a crise social vivida na época em variadas animações, explorando um cenário idêntico à realidade vivida na época. O Expressionismo Alemão, para Murari & Pinheiro (2012), é considerado uma vanguarda artística provocando uma mudança estética da arte. Murari & Pinheiro (2012, p. 135) consideram que “… o expressionismo trabalha fenômenos interiores através de representações exteriores”. Duas das vertentes deste movimento artístico no cinema são: o macabro e o insólito, desenvolvendo de certa forma uma estética paradoxal. Antes deste movimento, o cinema alemão era mais focado no absurdo e em algo mais irreal, transformando-se por completo com a vinda do Expressionismo, isto é, passa a possuir mais subjetivismo criado com base nas crises sociais existentes ( Murari & Pinheiro, 2012). Os filmes alemães passaram a possuir uma carga mais simbólica com algo possível de ser interpretado e com uma determinada lógica de ideias. Com o desenvolvimento do Expressionismo Alemão, este conseguiu influenciar a arte norte-americana, levando o Expressionismo para os EUA. Para Murari & Pinheiro (2012, p. 138), “Esta ascendência é tanto narrativa como estilística. O Expressionismo se pautou no horror como base de seus enredos”. Grandes exemplos deste movimento artístico é a personagem Frankstein, baseado nos livros “Frankstein” (1931) e “A Noiva de Frankenstein” (1935), de autora inglesa Mary Shelley. Para além da pintura e do cinema, o Expressionismo chegou também ao teatro. Podemos considerar como primeira produção teatral a peça “Assassino, Esperança de Mulheres”, lançado por Oskar Kokoska (pintor e escritor), sendo representado em Viena no ano de 1909 (Vasques, 2007). De acordo com Jost Hermand (cit por Vasques, 2007), o Expressionismo morreu entre 1920 e 1921. Algumas obras ficaram na retina deste movimento, tais como as obras de Goethe, Schiller e Novalis; as obras de Lenz e de Büchner; a peça “Caminho de Damasco e Sonho” (de Strindberg), entre outros (Vasques, 2007). Vasques (2007) considerava o teatro expressionista como sendo “… uma atitude moral, uma concepção do mundo e uma atitude intelectual implicando uma teoria do conhecimento, uma metafísica e uma ética”. Havia um certo sentido de rutura com as tradições sociais daquela época, mesmo acontecendo fora da arte, sendo exemplo o desmembramento do Império Austro-húngaro e a Revolução de Outubro na Rússia. É nesta estirpe que o inconsciente se sobressai, criando uma antítese àquilo que a História traz: a identidade (Vasques, 2007). Para além da transformação de Van Gogh na pintura, Adolphe Appia, Edward Gordon Craig e Max Reinhardt transformam o teatro, trazendo o Expressionismo para esta forma de arte que é o teatro. Ou seja, trouxeram a subjetividade e o abstrato que havia na pintura para a dramaturgia. Referências bibliográficas: - Barros, A. R.,( 2009) , De Firedich a Nosferato; Aspetos Românticos na Arte Moderna Alemã, PUC- Rio Certificação Digital Nº 071057 8 /CA, Dissertação de Mestrado link do documento: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15486/15486_5.PDF - Murari, L. C. & Pinheiro, F. P. F., (2012); O Expressionismo alemão e suas múltiplas deviações americanas, Faculdade de Artes do Paraná – FAP, link do documento: file:///C:/Users/comercial/Downloads/72-91-1-PB.pdf - Site Mundo educação: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/expressionismo.htm - Vasques, E., (2007), Expressionismo e teatro, Escola Superior de Teatro e Cinema, link do documento: https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/412/1/expressionismo_teatro.pdf
0 Comentários
Enviar uma resposta. |
AutorEscreva algo sobre si mesmo. Não precisa ser extravagante, apenas uma visão geral. Histórico
Março 2022
Categorias |