“Madame Bovary” foi uma obra escrita por Gustav Flaubert em 1857 e é considerada um clássico da Literatura Francesa. A obra começa com a caraterização de Charles Bovary, formado em Medicina por pressão e influência da mãe. Teve um primeiro casamento com Héloise Dubuc, cuja família era endinheirada. Depois da morte da sua primeira mulher, Charles conhece Emma depois de ter visitado Sr. Rouault, que vivia no campo. Mais tarde, após sucessivas visitas e encantos, ambos casaram. Ao longo dos tempos, Emma começa a achar o quotidiano enfadonho e melancólico e começa a duvidar se casou com o homem certo. Ao reparar nos sentimentos da esposa, Charles decide mudar para o interior. Contudo, os sentimentos continuaram. A vida conjugal deste casal é marcada pelos casos extraconjugais de Emma. Esta obra marcou o surgimento do Bovarismo. Este conceito, criado pelo psiquiatra francês Jules de Gaultier em 1902 e inspirado no romance de Flaubert, tenta explicar todas as formas relacionados com o “eu” e a insatisfação, passando pela crença de ser uma outra pessoa até à crença no livre-arbítrio (Kehl, 2005). Na obra, a personagem Emma passa o enredo (após o casamento com Charles Bovary) a tentar ser uma pessoa completamente diferente do que era. Segundo Kehl (2005), há nas sociedades capitalistas liberais a possibilidade de se querer tornar noutra pessoa fazendo parte do laço social, podendo haver ascensão social, coisa detestada por Flaubert e, por esta razão, sujeita a crítica da parte do escritor francês.
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“Carta de uma Desconhecida” é uma obra publicada em 1922 por Stefan Zweig, escritor austríaco nascido em Viena em 1881. A obra trata-se de uma longa carta que uma mulher escreve no seu leito de morte escreve a um poeta pelo qual ela nutre uma paixão desde os 13 anos, paixão essa platónica, pois o poeta nem a conhece e, para além disso, é um mulherengo. Na carta que a protagonista dirige ao poeta, ela conta a história desde o primeiro dia em que ela o viu até àquele momento final em que está moribunda, passando pelo caso de uma noite que ambos tiveram e pela vida que o filho nascido desse caso levou. No livro, nunca chegamos a saber o nome de ambos, sendo esse mistério uma peça essencial na construção da narrativa. Esta obra é um retrato da forma como uma paixão não correspondida pode condicionar uma vida, dando uma direção completamente diferente daquela que a pessoa tinha outrora. O livro pode ser considerado como um livro que tem potencial para ser feminista, pois a narrativa dá-nos uma descrição da vida degradante que a mulher leva para tentar criar um filho sozinha, tudo isso por amor a um homem que mal conhece. "O Velho e o Mar" foi a obra que tornou Ernest Hemingway num vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1954. A história é toda centrada num velho pescador que costumava pescar na Corrente do Golfo, numa zona costeira perto de Havana dominada por pescadores. Certo dia, o velho decide sair para apanhar peixe, após passar oitenta e quatro dias sem apanhar qualquer tipo de espécie. Passou quarenta dias no mar sem apanhar qualquer peixe. Um rapaz, seu ajudante, quis acompanhá-lo neste trabalho. Ao passar tanto tempo no mar sem apanhar peixe, os pais do rapaz quiseram colocar o seu filho noutro pescador por considerarem que este estava com bastante azar nas pescas. Enquanto o pescador esteve no mar, o rapaz apanhou 3 peixes ao trabalhar noutro barco, por outro pescador. Durante o tempo em que esteve no alto mar, conseguiu apanhar um grande peixe. A obra conta uma história repleta de solidão, de simplicidade e de sacrifício por quem vive e está dependente da pesca. Ernest Hemingway foi voluntário na Primeira Grande Guerra pelo exército italiano. Após finalizada a guerra, foi correspondente do jornal "Toronto Star". Formou-se em Jornalismo e iniciou o seu percurso com 17 anos. “O rapaz que venceu Salazar” situa-se na década de 1960 numa pequena vila alentejana onde quatro amigos juntam-se numa cave para discutirem política, gastronomia, mulheres e sobre a vida. Ao mesmo tempo, ouviam intervaladamente a BBC e a Rádio Moscovo. Nessa mesma cave, havia um espião que ouvia e registava toda a conversa entre o grupo de amigos. O livro aborda um período de ditadura marcada pelo início da Guerra colonial. O grupo de amigos, na altura em que houve eleições (uma farsa da ditadura), tentaram a sua participaçã,o criando o Movimento de União Democrática e publicando cartazes na sua vila. No entanto, foram sujeitos a proibições pelo seu ato, como por exemplo, a proibição de ir a cinemas. “A Morte de Ivan Ilitch” é uma obra publicada em 1886 por Liev Tolstói, escritor russo nascido em 1828 e autor de clássicos “Guerra e Paz”, “Anna Karenina” e “Ressureição”. Este clássico da Literatura Russa fala-nos da história de Ivan Ilitch, um homem bem sucedido na área da Justiça e com grande estatuto na sociedade. Como tal, era admirado por muita gente tanto pelo sua rápida ascensão social como pela sua natureza justa e pragmática. Prova disso é uma pequena medalha que ele, um religioso, enverga no pescoço com a inscrição “Respice Finem” (em latim, “Lembra-te do Fim”). Contudo, ele acaba por se esquecer do lema e se deslumbrar com o seu próprio status social. Tudo muda quando Ivan cai e aleija-se na zona renal. A partir desse acontecimento, a dor aumenta de dia para dia e a maleita se torna profunda e agonizante, atirando o tão bem-sucedido Ivan para uma vida de sofrimento e agonia. Outrora alegre e jovial, o protagonista torna-se uma pessoa introspetiva, azeda e angustiada perante a doença. Esta obra revela-se como sendo uma crítica a uma sociedade de aparências e de deslumbramentos onde as pessoas se esquecem da sua natureza mortal e passageira e se sentem imortais e invencíveis. Ivan Ilitch é o protótipo de pessoa de que, quanto mais alto subimos, maior poderá ser a queda. “A Morte de Ivan Ilitch” é uma boa obra para se refletir sobre a nossa natureza vulnerável enquanto seres finitos. "O Mito de Sísifo" é uma obra publicada em 1942. É considerada uma das obras mais influentes do século XX, muito caracterizada pela filosofia do absurdo de Albert Camus, seu autor. Albert Camus aborda a relação entre o absurdo e o suicídio. Para Camus, há somente um problema filosófico relevante: o suicídio. O restante que o mundo traz vem depois disso. O suicídio, para o filósofo, tem de passar para além de um fenómeno social. É necessário relacionar o pensamento individual com o suicídio. As pessoas não se suicidam em modo de reflexão, sendo algo incontrolável ao próprio individuo. Quando começamos a pensar, somos consumidos pelo próprio pensamentos. Na sua escrita, tentamos perceber o pensamento de Camus, ou seja, o "sem-sentido" da existência humana. Na obra, o mesmo tenta explorar o sentido do absurdo, incluindo os problemas como a angústia e o suicídio. O homem absurdo não se rege pelas regras de conduta nem tão pouco pela razão, afirmando que a moral não tem por base as regras de conduta. Ou seja, o absurdo é o resultado do conflito individual do homem e o silêncio do mundo. É a partir do absurdo que nasce a lucidez. Albert Camus chamou o século XX de “o século dos rancores”. Morreu em 1960. Três anos antes, em 1957, recebeu o Prémio Nobel da Literatura com o livro "O Avesso e o Direito". Trabalhou como jornalista no jornal "Alger Républicain. Em 1943, juntamente com Sartre, fundou o jornal "Combat". Foi provavelmente um dos filósofos mais incompreendidos da sua geração. Não se via como filósofo nem tão pouco teve grande interesse na política, embora tenha feito parte da Resistência. |
AutorEscreva algo sobre si mesmo. Não precisa ser extravagante, apenas uma visão geral. Histórico
Janeiro 2022
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